Best of de Boas Práticas e de Investigação

Os três melhores trabalhos na área de Boas Práticas e os três melhores na área de Investigação da AEOP16 foram apresentados numa sessão moderada pelas enfermeiras Elisabete Valério (IPO do Porto) e Cristina Santos (CHUC)

Na área das Boas Práticas, o destaque vai para os trabalhos “Conhecimentos e práticas dos enfermeiros sobre administração de terapêuticas antineoplásicas”, de Ivo Paiva (IPO de Coimbra) e Isabel Moreira (ESE de Coimbra), “O desafio da informação digital”, de Paula Amaro (CHUC) e Catarina Rodrigues (CHUC), e “Autorregulação das emoções: intervenção psicoterapêutica de grupo para mulheres com cancro de mama”, Ana Rosado (Hospital Beatriz Ângelo).

O primeiro permitiu a identificação de domínios e áreas com necessidade de intervenção prioritária em termos de formação e o subsequente desenvolvimento de um programa de formação online, por módulos avaliados de forma individual e revalidação a cada quatro anos. Por sua vez, o segundo consiste num site desenvolvido com o objetivo de aumentar a literacia digital dos doentes e que permitiu facilitar a autogestão da doença, assegurar a continuidade de cuidados e diminuir complicações e internamentos.

No terceiro projeto de Boas Práticas, a autora destacou a forma como este trabalho permitiu a introdução de intervenção no âmbito de saúde mental e efeitos positivos (como o empoderamento e uma maior consciencialização face ao processo vivenciado), apesar da reduzida amostra.

No plano da Investigação, foram destacados os trabalhos “Náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia: Intervenção de enfermagem no autocuidado”, da autoria de Patrícia Martins (Centro Hospitalar Barreiro/Montijo), Maria Alexandra Costa (ESE Lisboa) e Luísa Barbosa (Centro Hospitalar Barreiro/Montijo); “Pessoas com neuropatia periférica induzida pela quimioterapia: da avaliação aos registos”, dinamizado por Sandra Batista (IPO de Coimbra), Rui Gonçalves (ESE de Coimbra), Helena Domingues (IPO de Coimbra) e Filipa Ventura (ESE Coimbra); e “Determinantes da Experiência vivida de conforto do sobrevivente a transplante alogénico de células progenitoras de hematopoiese”, com Lúcia Bacalhau e Patrícia Sousa (ICS Lisboa/Universidade Católica Portuguesa) como autoras.

“Que intervenções de enfermagem de prevenção e gestão sintomática promovem o autocuidado do doente com náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia (NVIQ)?” foi a questão que serviu de ponto de partida ao primeiro trabalho, por ter sido identificada uma ausência de estratégia ajustada de avaliação, prevenção e gestão de NVIQ.

Os contributos do segundo estudo para a prática clínica de enfermagem são, entre outros, “a sensibilização para a importância de registos que ilustrem todas as intervenções de enfermagem e a parametrização no sistema de registos da avaliação e intervenção na pessoa com NPIQ”, sublinhou a autora, deixando como sugestões para (futuras) ações no âmbito da investigação: o estudo do impacto da NPIQ na pessoa e alterações nas AVD e AIVD, o desenvolvimento de algoritmos de intervenção/encaminhamento em função do grau de NPIQ diagnosticada e o mapeamento de estratégias preventivas ao desenvolvimento da NPIQ.

Na apresentação do último projeto, a autora salientou o facto de os resultados do mesmo “alertarem para determinantes da experiência de conforto intrínsecos à doença, à pessoa e ao ambiente de cuidados hospitalares”.